quarta-feira, 25 de outubro de 2006


É Isso Aí
Preparei uma roda de samba só pra ele
Mas se ele não sambar isso é problema dele
Entreguei um palpite seguro só pra ele
Mas se ele não jogar isso é problema dele
Isso é problema dele isso é problema dele
Isso é problema dele esse problema é só dele
Tô cansada de andar por ai curtindo o que não é
Preocupada em pintar uma jogada que da pé
Só que tem que eu to numa tão certa que ninguém me diz
Quem eu sou o que devo fazer o que eu não fiz
Separei um pedaço de bolo só pra ele
Mas se ele não provar isso é problema dele
Inventei na semana um domingo só pra ele
Se ele for trabalhar isso é problema dele
Comprei roupa sandália e sapato só pra ele
Mas se ele não usar isso é problema dele
Aluguei uma roda gigante só pra ele
Mas se ele não rodar isso é problema dele
Paula Lima
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Estava eu
Um dia de chuva
Folga
Vem ele
E me traz uma tal de Paula Lima
Começa aqui um caso de amor
Amei!
Fez Sol dentro de mim...

sábado, 21 de outubro de 2006



Éramos só nos duas em meio a mil
Entendo seu olhar e seu pegar de cigarro irritada
Assim como você entende meu sorrir quando na verdade estou mesmo é pesada
Coisas guardadas que só saem na presença do seu olhar
Nada sabemos de nada, e também nem queremos aprender, pois o nosso entender nos completa
.

............obrigada Celle............

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

"Eu vou te amar pro resto da minha vida. Você vai lembrar desse dia lá na frente."
Disse isso com ar de eternidade que nem mesmo ele sabe de onde veio.
Mais uma e a conta.

Verena Ribeiro

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Ele não é um homem de metáforas. Ele é sim ou não.
E quando faz declarações de amor não sorri, ele olha pro meu queixo e me faz ter dúvidas de verdades estranhas.
Eu sou intensa, digo em vão, pois termino sempre nos seus braços até o vinho esquentar.
Intensidade pra quê ele pergunta, se o amor é tão besta?
Vamos dormir que está tarde.
Bem assim, seco, como o vinho já esquecido na sala.
Esqueço assim minhas verdades no seu peito e vou sonhar.

Verena Ribeiro
Por David Lerer
A queda do Boeing da Gol durou dois minutos e meio. A Aeronáutica concluiu que a asa esquerda do avião menor, o Legacy, cortou um pedaço da asa direita do Boeing, e que este caiu na selva em espiral da altura de 37 mil pés.
Dois minutos e meio. Imaginem o terror dos 154 inocentes encerrados no gigantesco ataúde de aço em queda livre. Fico me indagando quantos segundos sofreram a antevisão da morte certa, antes de perderem os sentidos com a despressurização e a falta de oxigênio. Horror. Não há palavras para descrever.
Além da dor dos familiares e da impotente compaixão diante do irremediável, cai-se agora no capitulo das responsabilidades. E aí entra o "money, money, money" linguagem que os americanos entendem bem e gostam, quando é a favor deles. Dessa vez é contra, e muito, e eles estão correndo atrás do prejuízo.
O avião. Um Boeing 737-800 igual ao que foi derrubado custa de 66 a 75 milhões de dólares, dependendo do kit conforto que tiver dentro.
As vidas. Vidas não tem preço, mas de qualquer maneira 154 famílias terão de ser indenizadas. Haverá uma batalha jurídica de proporções monumentais. O seguro da ExcelAire, companhia americana de táxi aéreo dona do Legacy e empregadora dos pilotos envolvidos no acidente, não cobre falha humana.
Os dois pilotos americanos tiveram seus passaportes apreendidos pela Aeronáutica. Na prática estão detidos para averiguações, o que é perfeitamente justo. É o mínimo, aliás. E aí estão acontecendo coisas surpreendentes. Para os jovens que não tiveram tempo de aprender o que nós mais velhos queríamos dizer com "imperialismo americano", temos aí uma exposição a vivo e em cores. O triste episódio é uma aula magna sobre como os arrogantes vizinhos do Norte nos enxergam e como se comportam em momentos de crise, principalmente quando se trata de defender o sagrado direito de suas empresas e cidadãos fazerem o que bem entenderem no país dos outros e saírem ilesos. Radares da Amazônia.
O jornalista do New York Times que estava a bordo do Legacy, e que tem tanta autoridade técnica quanto eu ou você, desqualificou o sistema de controle aéreo brasileiro em entrevista fartamente divulgada mundo afora. No dia seguinte outra reportagem levanta duvidas sobre o bom funcionamento do transponder (receptor-transmissor do avião que dá o sinal para a torre de controle) do jato fabricado pela brasileira Embraer.
No terceiro dia o advogado dos pilotos afirma que os pilotos entraram em contato sim, mas a torre não respondeu. O advogado ex-ministro. Da maneira como eles enxergam o Brasil, um bom advogado tem de ser um ex-ministro da Justiça, capaz de fazer amigos e influenciar pessoas, como o dr. José Carlos Dias. O proprietário da ExcelAire, Bob Sherry, declarou: "Se houver qualquer pessoa por lá (no Brasil) que tenha influencia política ou qualquer outra forma (grifo meu) de trazer nosso pessoal de volta, nós agradecemos". Para bom entendedor... Até mesmo a secretária de Estado Condoleezza Rice está sendo mobilizada para retirar os dois do Brasil o mais rápido possível, e com isso prejudicar as investigações.Como disse um indignado oficial da Força Aérea Brasileira, "se fosse um avião brasileiro atingindo um avião comercial norte-americano, o piloto já estaria preso na Base Guantanamo, sendo tratado como terrorista".
Meu amigo Abelardo Gomes de Abreu, morador antigo e estimado de São Sebastião, foi há dois meses representar o Brasil num campeonato de remo nos Estados Unidos e teve de se despir no aeroporto para ser revistado dos pés à cabeça. Ou seja, um turista brasileiro nos Estados Unidos é tratado como suspeito. Ao passo que dois super-suspeitos americanos do maior desastre aéreo no Brasil devem ser tratados como turistas. "Imperialismo americano", crianças, é isso. Na dolorosa tragédia de oito dias atrás o único que talvez se saia bem é o Legacy produzido na vizinha São José dos Campos. Vai vender, e como. Afinal, um aviãozinho daqueles derrubar um Boeing e só danificar a pontinha da asa, é porque é muito bom.

David Lerer é médico e ex-deputado federal.

terça-feira, 10 de outubro de 2006


....vá tomar banho por favor, sai do sofá, você chegou da rua agora, suja e falando palavrões que odeio..
...
...Eu vou com você.
..Tudo bem.
E o ódio tomou conta dela, preparando-se para a vingança. Hora de colocar em prática as noites sem sono ao choro.
...
Sabonete nas costas sujas de acomodação, mãos bem colocadas, massagem forte quase impondo ódio disfarçado de carinho. Tesão não! Aquiete-se por favor...por favor..por favor...
Ele virou-se sem olhar nos seus olhos tristes e inchados, pôs a boca ainda seca no seu pescoço molhado, a lembrança dos maus tratos fez afastar-se lutando contra os seios já molhados e grudados no corpo amado.

Foi quando as bocas ingratas e submissas se encontraram.
Desliga o chuveiro.
...

A carne vence mais uma vez.

Verena Ribeiro

segunda-feira, 9 de outubro de 2006


"Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas. "quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial ( e acabei perdendo )!
Mas vivi! E ainda vivo!! Não passo pela vida..... e você também não deveria passar! Viva!!! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é MUITO para ser insignificante. "

Charlie Chaplin
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Pratiquemos as teorias dos outros e as nossas escritas. Quem sabe assim, melhoremos um pouco.

sábado, 7 de outubro de 2006



Acho realmente que tudo nessa vida tem um retorno.
Tardio ou não, ele vem.
E vem forte, como onda.
Sofro agora as conseqüências, e as aceito resignada.
Encolhida na cama, clamo por paz a Deus.
E faço da dor, minha dormida cansada e merecida.


Verena Ribeiro

quarta-feira, 4 de outubro de 2006


-Nossa! Estamos cheios esse fim de semana né?
-Sim..estamos..
-Que alegria é essa no “estamos”..que foooooi?
-Sabe, combinamos tudo não foi? Sexta casa de Chicão, sábado ir na casa de Tia Lú, domingo almoço com nossa família, e...
-Eeeee o quê? Não me inventa mudanças, conheço já seu tonzinho de voz querendo mudanças! Sempre assim pô, não posso planejar nada: arrumo roupas minhas, suas pra cada saída, cancelo salão, ida na casa de Aninha, ida ao shopping, terminar meu livro de mil anos de leitura, arrumar guarda-roupa! E você já quer mudar? Nãooooo mesmo! Coisa chata isso! Nós vamos, aaaaa se vamos!!! Tuuuudo você quer mudar, e sempre em cima da hora cassete!???
-E tudo isso só porque eu queria perguntar: “Cadê meu tênis de futebol de salão, pra jogar sexta com o Chicão?”

Verena Ribeiro